quarta-feira, outubro 11, 2006

A PARTILHA

Nunca cruze os braços para o seu próximo, pois o maior homem de todos os tempos morreu de braços abertos.
(Autor Desconhecido)
Como se vê, a semana está chegando ao seu final. Hoje já é quarta-feira, como passa rápido o tempo! O tempo parece mesmo voar, quando temos a perspectiva de algo importante acontecendo. Por que ao contrário, quando vivemos uma grande angústia, o tempo não passar de jeito nenhum. E quando estamos doando nosso tempo para uma causa “NOBRE” como se comporta o tempo? E como é que o tempo tem se comportado comigo? Mas afinal de contas, o tempo não é o bem mais democrático que existe. Ele é simplesmente igual para todos, não importa a idade, sexo, cor, religião, ocupação. A diferença é o que nós somos capazes de fazer com ele! Está bem, eu não vim aqui falar de tempo, nem da sua falta, ou abundância! Vim para falar de algo muito mais importante... Que é: doar-se, ou pelo menos parte do tempo para alguém. Descobri que isto causa uma enorme alegria, e, também podemos olhar em volta de nós para perceber quanto a humanidade precisa de doação das pessoas, em prol das outras! Vejamos, nesta história a seguir, como um ilustre “autor desconhecido” nos consegue ensinar a importância da DOAÇÃO, de amor, de compaixão, amizade, carinho! Quero que se deliciem, simplesmente, se deliciem com a historinha da Latinha de Leite! Um facto real! Dois irmãozinhos maltrapilhos, provenientes dum bairro de lata, um deles de cinco anos e o outro de dez, iam pedindo um pouco de comida pelas casas da rua que beira o bairro elegante. Estavam famintos. “Vai trabalhar e não chateies”, ouvia-se detrás da porta; “Aqui não há nada miúdo...”, dizia outro... As múltiplas tentativas frustradas entristeciam as crianças... Por fim, uma senhora muito atenta disse-lhes: - Vou ver se tenho alguma coisa para vocês... coitadinhos! - E voltou com uma latinha de leite. Que festa! Ambos sentaram na calçada. O menor disse para o de dez anos: - tu é mais velho, toma primeiro - E olhava para ele com seus dentes brancos, a boca semi-aberta, mexendo a ponta da língua. Eu, como um tola, contemplava a cena... Se vocês vissem o mais velho olhando de lado para o pequenino! Leva a lata à boca e, fazendo gesto de beber, aperta fortemente os lábios para que por eles não penetre uma só gota de leite. Depois, estendendo a lata, diz ao irmão - Agora é tua vez. - Só um pouco. - E o irmãozinho, dando um grande gole exclama: - Como é bom este leitinho! - Agora eu - diz o mais velho. E levando a latinha, já meio vazia, à boca, não bebe nada. - Agora tu. - Agora eu. - Agora tu. - Agora eu. E, depois de três, quatro, cinco ou seis goles, o menor, de cabelo encaracolado, barrigudinho, com a camisa de fora, esgota o leite todo, ele sozinho. Esse “agora tu”, “agora eu” encheram-me os olhos de lágrimas. E então, aconteceu algo que me pareceu extraordinário. O mais velho começou a cantar, a dançar, a jogar futebol com a lata de leite. Estava radiante, o estômago vazio, mas o coração trasbordante de alegria. Pulava com a naturalidade de quem não fez nada de extraordinário, ou melhor, com a naturalidade de quem está habituado a fazer coisas extraordinárias sem dar-lhes maior importância. Daquele garoto, nós podemos aprender a grande lição, “quem dá é mais feliz do que quem recebe”. É assim que nós temos de amar. Sacrificando-nos com tal naturalidade, com tal elegância, com tal discrição, que os outros nem sequer possam agradecer-nos o serviço que nós lhe prestamos.Mais uma vez, com esta história, veio confirmar a minha convicção de que as crianças nos dão grandes lições de vida, de humildade, de partilha e de AMOR.
Lylybety

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